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Vida Interior

Ageu, o profeta menor, alerta-nos para um perigo que ameaça a vida espiritual de toda pessoa: a prática religiosa sem Deus. Trata-se da tentação de acostumar-se com o religioso e de, de repente, ver-se cuidando com mais afinco dos próprios interesses do que das coisas de Deus. Adverte-nos o profeta: “Acaso é tempo de morar em casas revestidas de luxo, enquanto o Templo de Deus está abandonado” (Ag 1, 4). Vive-se um verniz de religião, um simulacro de espiritualidade, um espantalho de transcendência. Há algo de muito torpe nesse tipo de decrepitude da alma.


De fato, o alerta do profeta tem importância. Quanto tempo se perde tratando dos próprios interesses, enquanto se simula fazer a Vontade de Deus ou trabalhar em sua Messe? Muita dissimulação para encontrar um bom contrato, fazer um bom negócio, ter uma boa e confortável vida... Tudo bem enfeitado com verniz de Evangelho e cheirinho de incenso. As circunstâncias concretas de nossa vida, bem como o estudo dos clássicos da espiritualidade, revelam que trabalha mal quem trabalha para esse mundo. Santo Agostinho já havia dito que o coração humano anseia pela Perfeição Absoluta. Ora, como essa vida a Perfeição não existe, resulta que o homem torna-se um insatisfeito crônico, saltando de experiência em experiência, até encontrar Aquele que pode saciar seu coração sedento. No mesmo sentido, adverte Ageu: “Tendes semeado muito e colhido pouco… Quem trabalha por salário guarda em sacos rotos” (Ag 1, 5-6). Quando nos preocupamos mais com a nossa própria casa do que com a vida interior arriscamo-nos investir em tesouros que o ladrão rouba e a ferrugem corrói. Por isso, o profeta adverte-nos acerca da superestima de alguns para com esse mundo e seus negócios. Mas sobre isso, até os workaholics do Mercado: é preciso ter valores perenes, princípios que ultrapassam esse mundo. Mas onde encontrá-los?


Como saber se não estamos usando Deus para nossos interesses? E qual é a pedra de toque de nossa ação evangelizadora? Como saber se estamos no caminho certo do discipulado de Cristo e do santificação pessoal? A resposta não é muito difícil de dizer, é difícil de realizar. Estará no caminho da formação e do crescimento espiritual a pessoa que viver diante da verdade, não escondendo ou maquiando suas faltas. Outro critério: se há ou não vida interior. Se há ou não intimidade com o Senhor. Quem negocia a fé, quem usa a Igreja para dar vazão a suas fantasias luxuriosas, quem perdeu o amor a Deus e usa dEle para alcançar suas metas previamente traçadas, tal pessoa não reza.


Que não sejamos maus operários, que só veem o aqui e o agora, tratando de Deus e das coisas de Deus mais como um comerciante e investidor do que um Amigo.



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