Renuncie de verdade
- Robson Oliveira

- 31 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 15 de mar. de 2022
Não existe preparação possível, não existe ajuda suficiente, nem apoio que baste se os que vão se dar em matrimônio não entendem o cerne da vocação matrimonial: a vida do casal é uma vida de serviço. Os matrimônios mais difíceis são aqueles nos quais um ou ambos os membros guardam uma secreta esperança de que, quem sabe, não precisem renunciar a certos valores que os cercam. Quem sabe, eles possam manter aquele sonho, só aquele, que não condiz com sua fé, mas é tão comum hoje em dia. Em geral, esses sonhos acabam por opor os cônjuges e aí começa o cabo de guerra.

Não compreender esse aspecto do matrimônio traz problemas enormes, pois a natureza desse sacramento é derramar-se para cuidar do outro. Se os membros do casamento não entendem esse ponto terão grandes dificuldades para manter o dia a dia do casamento agradável. Não é que todos os valores que cercam a vida matrimonial hoje sejam reprováveis, mas há aqueles que opõem valores diametralmente opostos: por exemplo, se a esposa tem o secreto desejo de ser profissional brilhante, o casamento e suas necessidades não serão impedimentos a seu sonho, mas tal desejo exigirá dela mais empenho que de mulheres solteiras. O casado que sonha com carros caríssimos terá mais dificuldade do que os solteiros, em razão das necessidades que a vida conjugal impõe. É então que o Evangelho traz uma luz diáfana aos matrimônios que têm fé:
“Depois Jesus disse a todos: ‘Se alguém me quer seguir, renuncie a si mesmo, tome sua cruz cada dia, e siga-me'” (Lc 9, 23).
Se os membros dos matrimônios continuarem a buscar em seus relacionamentos os valores e benefícios comuns a todos os homens, essas mesmas coisas que fazem desmoronar casamentos e casamentos, esses mesmos falsos bens que há tantos engana, não será possível ultrapassar as dificuldades que espreitam em cada esquina: com efeito, a infidelidade conjugal, as brigas diárias, a indiferença com as dificuldades do outro, a falta de diálogo e empatia, os egoísmos são cruzes que tocam a maioria dos matrimônios de hoje. Mas se alguém sonha com um matrimônio incrível, é preciso aprender a sofrer essas imperfeições, pois elas impõem suas dores a cada pessoa que se dá em matrimônio, inclusive você.
Portanto, fugir das dificuldades, amaldiçoar o sofrimento, reclamar das cruzes pesadíssimas que sobrecarregam todos os homens desde o início da história é prova de que ainda não se amadureceu o suficiente para abraçar um relacionamento sério. Matrimônio não é para adolescentes. Matrimônio não é para quem ainda gravita em torno do próprio umbigo.
Se você quer entender a riqueza e a beleza do matrimônio, precisa ter certeza que uma dor

especial espera por você, no momento mesmo em que entrar nessa aventura. E sua melhora como pessoa, seu aperfeiçoamento individual, seu amadurecimento se dará à medida que conseguir lidar mais e melhor com as dores que rondarão seu casamento.









Comentários