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Há uma crise de autoridade

Dentre as mais importantes características da modernidade está, sem dúvida, a profunda crise da noção de autoridade, que é decorrente da reflexão cartesiana. Ainda se pode ouvir, nos lábios de nossos contemporâneos, as palavras plenas de ceticismo de Renée Descartes:⠀

"Era necessário tentar seriamente, uma vez em minha vida, desfazer-me de todas as opiniões a que até então dera crédito, e começar tudo novamente desde os fundamentos, se quisesse estabelecer algo de firme e de constante nas ciências".⠀Fonte.

A rejeição cartesiana a toda tradição e autoridade é o fruto maduro do antropocentrismo, gestado na baixa Idade Média e parido como rompimento e descontinuidade pela modernidade. É possível perceber dois efeitos dessa atitude ainda hoje: de um lado, a rejeição anárquica e por vezes irracional a qualquer forma de autoridade (veja o desprezo a que estão relegados atualmente os papéis sociais tradicionalmente relacionados à autoridade: pais, professores, clérigos, forças armadas…); de outro lado, um surto de autoritarismo pode ser encontrado desde o Cartesius em cada sociedade que admitiu sua crítica à autoridade e à tradição, transformando qualquer pessoa num vingador autorizado a criticar e corrigir qualquer erro, de qualquer pessoa, de todo jeito.⠀



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É necessário refletir sobre o conceito de autoridade, sem cair nos dois extremos simplistas: nem a anarquia insolente, nem o heroísmo adolescente. Ambos muito parecidos. Dois lados da mesma moeda: dois modos de dizer que eu sou a autoridade que meço a todos. Quase escrevi, dois modos de clamar em alta voz: Non Serviam!



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