Cadê minha Maria? Cadê meu José?
- Robson Oliveira

- 15 de mar. de 2022
- 2 min de leitura
Em nossos dias conturbados, é muito comum ver jovens procurando novos caminhos para um futuro casamento. O fracasso de seus pais não ficou só na teoria. O resultado da sociedade hedonista feriu e deixou cicatrizes em suas próprias almas e os jovens de hoje procuram um novo modo de viver o relacionamento amoroso. Em muitos casos, a esperança nasce no contato com a religião.

Quando os jovens nascidos nestas famílias modernas, onde o casamento é aberto ou o amor humano é pouco exigido, encontram com o ideal cristão do amor, apaixonam-se imediatamente. E é frequentemente assim, pois o egoísmo e a dureza de coração raramente chegam até a raiz da alma humana, até seu núcleo, que vibra ao entender o segredo da felicidade nesta vida: doação, sacrifício, entrega, oblação, fidelidade. Mesmo lá onde se viveu a cartilha egoísta desde o berço, mesmo lá onde a lição da infidelidade e do individualismo foi recebida junto com o leite materno, mesmo lá o chamado cristão do amor-serviço, amor-renúncia, amor-entrega cala forte ao coração. E então a juventude geme baixinho, suspira de olhinhos fechados, sonhando com um amor diferente daquele que testemunhou em casa. E nesta hora o jovem recém convertido se trai de forma evidente: Cadê meu José? De outro lado, o rapaz repete: Cadê minha Maria? E novamente fica claro que não bastam boas intenções, não basta boa vontade para fazer dar certo um matrimônio. É preciso mais! O golpe tá aí, só não vê quem não quer.
De fato, a menina “cadê meu José” não sabe, mas ainda se move como seus pais egoístas. O rapaz “onde está minha Maria” não percebeu, mas repete o padrão mental dos tios divorciados. Como seus pais e parentes, a juventude que anseia por Josés e Marias procuram aqueles que trarão a alegria, a felicidade, a perfeição que faltam a suas vidas. A pessoa que Deus vai enviar transformará seu futuro lar num pequeno paraíso, num oásis de bondade aqui na Terra. Enfim, a juventude recém-convertida não percebeu ainda mas, como seus pais divorciados, anseia por encontrar uma pessoa que a fará feliz neste mundo. Em outras palavras: anseia por instrumentalizar alguém. E a maçã não cai muito longe da árvore.

Entenda, para não repetir os erros do passado, você precisa abandonar esse jeitão utilitarista. As pessoas não podem ser meio para você. Elas não podem ser instrumentos para você alcançar seus propósitos, mesmo que sejam bons propósitos. Por isso, antes de clamar por sua Maria, pareça-se mais como São José. Afinal, a luta contra o pecado em sua carne mal começou, não é? Antes de bradar por seu José, abandone esse seus maus hábitos e se pareça mais com a Santa Maria. Pense primeiro em dar, não em receber. Pense primeiro em ser um dom a outra pessoa, não em receber benefícios de alguém. Afinal, quem merece um José é a Virgem Maria. E vamos combinar que você não é essa Maria toda. Quem merece uma Maria é um São José e nós sabemos que falta muito para você ser chamado de Modelo dos Trabalhadores, né, filhão?









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