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Amores enterrados

Hoje quero compartilhar com vocês um fenômeno que toca todas as formas de relacionamento, em diversos níveis distintos. E essa universalidade é assim porque é uma marca antropológica. Diz a antropologia filosófica que, de posse de um bem, qualquer bem desse mundo, o possuidor perde imediatamente interesse pelo bem possuído. Assim, no caso dos relacionamentos, depois de certo tempo de convívio, tem-se a nítida impressão de que o vínculo está frio, sem vida, doente: seja amizade, namoro ou vínculo profissional. Repito: essa é uma característica humana inconteste. Pelo contrário, os vínculos que se mantém eufóricos o tempo inteiro não são autênticos, não são humanos de verdade. Para manterem essa alegria contínua precisam ser aditivados por substâncias lícitas ou ilícitas e costumam degringolar para doenças. Mas o assunto não é esse…


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Vamos lá! Se você pensar um pouco vai lembrar de matrimônios, bem perto de você, que parecem viver em luto permanente. Não se vê alegria ou disposição naqueles cônjuges. Os olhos deles não se cruzam mais. Conversam, mas nunca se olham. Eles não têm mais prazer em estar no mesmo ambiente. Até parece que vivem numa eterna obrigação. A esposa não consegue sorrir com ele ou para ele; o esposo não se esforça para tornar a vida dela mais agradável. O matrimônio desse casal, aos próprios olhos, virou uma tumba: a tumba do amor matrimonial. E cada dia seu matrimônio se parece mais e mais com um funeral.


Um problema desse caso é que alguns podem pensar que essas lamúrias infinitas e internas, essa falta de carinho mútuo, a falta de alegria ou a rejeição do prazer da companhia do outro podem ser sinal de um amor saudável. Tenho certeza que alguém diria que um matrimônio assim, sem muitas paixões ou sentimentos, é na verdade muito bom pois não deixa que seus membros sejam levados por sentimentos ou paixões momentâneas. Alguém pode mesmo pensar que é melhor viver assim, essa vida insossa, do que abandonar o matrimônio – o que é verdade! O problema é que, de repente, na cabeça do casal, a falta de carinho e doçura no olhar e no falar se torna uma bênção – o que é mentira! Acredito que essa perspectiva sobre os sentimentos não é a melhor e pode trazer problemas enormes a longo prazo. Vou explicar o porquê.


O que não está claro para o casal racional, esse casal orgulhoso de si e que foge de sentimentalismos e dos incômodos que o sangue quente pode trazer, é que essa fuga é própria dos rigorismos morais do século XVI-XVII, motivados pelo espírito da Reforma. Immanuel Kant (luterano) é um dos defensores desse racionalismo que rejeita as emoções e os sentimentos na vida moral. Por isso, saiba disso ou não, o casal “contra sentimentalismos”, contra sorrisos e carinhos, mui sério e profundo, casal “camada 18”, segue uma esteira filosófica bem estudada em moral, que reputa má todas as emoções. A premissa que o casal já aceitou (mesmo sem saber) é a de que os sentimentos são sempre maus em si e que não pode haver equilíbrio entre as emoções e a boa ética.



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Contudo, não é assim. Para arrepio do casal “não posso sorrir”, o dever não está necessariamente antagonizando com os sentimentos e emoções. Se é verdade que o dever moral obriga a todos, igualmente é verdade que nossas ações comportam naturalmente prazeres que não são, de per si, más. O perfeito é que o indivíduo cumpra o dever não só como determinação moral, mas como exigência sentimental. De modo claro: a perfeição moral do homem não está em cumprir seu dever, mas em amar cumprir o seu dever. Para os que têm fé, uma palavra ajuda: o salmista não diz “eis que venho fazer a vossa vontade”, mas “eis que venho fazer com prazer a vossa vontade”.


Portanto, ainda que o dia tenha sido cansativo, o marido deve esforçar-se para receber a esposa com um bom sorriso nos lábios, uma cerveja gelada e uma costela na mesa. Por sua vez, a esposa deveria fazer o mesmo, libertando-se das cadeias do feminismo que ainda aprisiona muitas mulheres que rejeitam francamente essa ideologia. E mesmo que nada disso seja feito com prazer e bons sentimentos por nenhum dos dois, eles devem se esforçar para que esses sentimentos acompanhem o cumprimento dos deveres não só com o cérebro, mas também com o coração e os rins. E se isso significa levantar o olhar aos Céus e implorar que tenhamos força para superar esse jeitão muito egoísta que todos ainda temos, que seja assim!


Mas tenho ainda mais uma coisa a dizer para os do amor enterrado. Fico pensando nos filhos de vocês, caso um dia tenham-nos. Como vão desejar ter também um matrimônio se sua mãe não testemunha sua alegria em estar casada? Como os meninos vão desejar imitar o pai, se o casamento lhe causa mais infelicidade que motivos de felicidade? Os casais que fazem do seu matrimônio um velório “ad aeternum”, sem perceber, estão condenando seus filhos a terem uma visão negativa do enlace conjugal.


Façam do lar de vocês algo mais alegre e com um ambiente saudável! Se não por vocês, pelos seus filhos. Metam a mão na areia e desenterrem o amor de vocês. Cavem, com suas próprias unhas, uma saída dessa situação doentia pela qual o matrimônio está passando. Uma vantagem de todos os relacionamentos é que eles podem ser transformados, se os interessados quiserem esquecer o passado e renovar suas vidas.


Mas você me dirá: – Como fazer isso? Meu dia é muito difícil. Bem, caso precise de ajuda, mande uma mensagem pelo messenger e venha fazer parte do grupo do Whatsapp. É totalmente gratuito. Garanto que tenho 1 ou 2 dicas a dar a você que irão transformar seu matrimônio.


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