O outro lado da moeda
- Robson Oliveira
- 17 de jul. de 2019
- 2 min de leitura
Há um mito bastante curioso e muito comum entre os jovens de muitas cidades brasileiras: o “Mito da Cara-Metade”, também conhecido por “Mito da Alma Gêmea”. As pessoas que se deixaram enganar por esse mito acreditam ingenuamente que há, em algum lugar, uma outra pessoa que é perfeitamente compatível com elas. Sem qualquer motivo, creem que há uma metade delas perdida no mundo, uma metade que as completa: a metade do seu coração. O lema dessas pessoas é: “a metade da minha felicidade está lá fora”; ou “minha alma gêmea está me esperando”. O reverso da minha moeda me aguarda em algum lugar: eis o engano!
A premissa desse pensamento infantil é que cada indivíduo precisa de outra pessoa para ser feliz, cada indivíduo tem sua felicidade pendurada nas costas de outra pessoa. É preciso lembrar que, ontologicamente, todo homem é perfeito. Ninguém precisa de nada externo para ser feliz. Ninguém precisa de bens criados para encontrar o que é necessário para ser feliz. Aliás, a experiência não cansa de provar que a posse de bens externos não garante a felicidade e a autorrealização das pessoas, pois casam-se com quem se deseja, possuem-se bens à vontade, mas mesmo assim, depois de anos, resta frustração e arrependimento.
Para quem crê nesse mito, as pessoas nascem fraturadas, partidas, irremediavelmente incompletas. Mas isso é um erro. Nenhuma pessoa é incompleta. Você não está partido, quebrado e, por isso, não existe alguma pessoa humana capaz de plenificar sua existência, nenhuma metade perdida trará a felicidade que deseja. Compreenda que nenhum bem humano é capaz de satisfazer sua sede de perfeição, beleza, justiça e verdade. Por essa razão, pessoa alguma é capaz de completá-lo. A sede de absoluto que o homem possui só pode saciar-se com O Absoluto, com Aquele que é a Beleza, a Verdade, a Justiça e a Bondade por antonomásia.

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