O Fim do Machismo

Estava evitando temas educacionais, para abordá-los mais a frente. Mas algo aconteceu ontem, algo que realmente merece ser registrado.

É injusto com qualquer pessoa tratá-la como um instrumento, como uma ferramenta. Tratar pessoas desrespeitando sua dignidade é uma ofensa aos princípios mais básicos da ética e da civilidade. No limite: uma ofensa a toda à humanidade. O machismo, na medida em que vilipendia a dignidade das mulheres, é uma das formas de ofender a humanidade e devia ser banido da face da terra. E aqui em casa, nas nossas vidas, isso não pode acontecer. Vou ensinar a vocês o segredo para pôr fim ao machismo na sua raiz.

Ontem, fui levar o menor para compras e aproveitei para começar a formar o caráter do pirralho. Já fui falando, enquanto estávamos a caminho:

– Rafa, vamos fazer compras pra casa. Mas precisamos pensar antes nas meninas. Os meninos precisam cuidar primeiro das meninas, disse a ele.

E então perguntei:

– Do que mamãe gosta? – Pizza!

– E a Mana? – Queijo fedido.

Fomos ao mercado, compramos o que as meninas gostam (claro, o que ele gosta também. Afinal, ele é uma criança ainda) e voltamos pra casa para preparar o lauto jantar da família. E a lição foi dada: meninos cuidam sempre das meninas. Precisamos pensar nelas primeiro.

É assim que vislumbro o fim do machismo: doação e serviço pelos outros membros da família. Que as mulheres façam o mesmo com suas filhas. Que ensine-as a pensar nos outros, antes de em si mesmas. Que elas também se coloquem sempre em último lugar. Se não houver essa boa guerra de serviço nos lares, o resultado será uma geração de feministas insensíveis, egoístas e desejosas de privilégios, de um lado; ou uma gangue de machistas fedorentos, autocentrados e grossos, de outro.

Educação e civilidade começa pelo testemunho e pela sinceridade de corações.

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