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Estou convencido de que o matrimônio é maltratado em nossos dias porque muitas pessoas resistem a viver a insegurança que o amor conjugal exige. Por causa da sociedade individualista e liberal na qual vivemos, confiar que um outro detenha parte importante de sua vida nas mãos causa calafrios na maioria das pessoas. Por isso, é mais do que comum que essas mesmas pessoas reajam de modo quase visceral, quando se diz que a esposa precisa confiar no seu esposo, ou que o esposo tem de confiar na esposa. Ambos não querem confiar, ambos não aceitam confiar, pois querem ser os artífices da própria felicidade. O homem contemporâneo, esse homem com quem cruzamos nas ruas, o homem comum com quem ombreamos nas esquinas das cidades não quer depender de ninguém.

Talvez por más experiências no passado, talvez porque um dia alguém maltratou o coração dessas pessoas, elas não conseguem mais confiar de novo. Talvez, por juventude ou inexperiência, tenham acreditado em pessoas ruins, as quais machucaram o mais íntimo de seu ser, deixando-os insensíveis e reagentes a qualquer tipo de novo relacionamento. Eu compreendo tudo isso. Mas não pode ser assim. Suas próprias experiências ruins não podem atar sua vida a um passado que não pode mais ter domínio sobre você.

Eis uma regra do amor humano: os tesouros do matrimônio só se abrem a quem faz a aposta toda. Só quem encontra alguém a quem dar-se totalmente, sem reserva e sem senões, pode usufruir do benefício que é tornar-se um dom para outra pessoa. E não importa aqui se a outra pessoa corresponde com o mesmo amor de doação (é óbvio que o perfeito seria a correspondência,né), pois o foco não é tanto o reconhecimento mas tornar-se um presente para alguém, mudar a vida de alguém. A mãe não está tão preocupada se o bebê reconhece ou não reconhece o tanto de favores com os quais ela inunda a vida do pirralho, ela só quer amá-lo e ponto. Esse é um exemplo do amor oblação! Com efeito, quem ama, quem ama até o fim, não espera reconhecimento. No fundo, não devia esperar nem que fosse amado de volta.

É por essa mesma razão, pela radicalidade do amor humano, que o nosso tempo não acredita em relacionamentos duradouros, em relacionamentos felizes. No fundo, as pessoas não acreditam nesse tipo de amor porque elas mesmas duvidam que alguém possa ser assim desinteressado. Elas perderam a fé no homem, perderam a fé na humanidade. Mil vezes já vi meninas virarem os olhos, com aquele de ar de “hmmm, tá”, depois de dizer-lhes que conheço pessoalmente mais de 2 dezenas de casais que jamais usarão métodos contraceptivos artificiais na vida. Outras tantas vezes ouvi dizerem a uma mulher, que recebeu do esposo flores no trabalho: “ele deve ter feito algo errado…”. Quase como dizendo, “ninguém pode ser tão bom”. Tudo isso só revela a falta de confiança em que alguém (inclusive ela mesma) seja capaz de um amor assim. Isso é só mais um sintoma de que nem ela mesma se vê capaz de um amor tão grande.

Não há receita para o matrimônio feliz, mas há indicações. A mais genérica é essa: ou você arrisca tudo no seu relacionamento, derramando-se todo, ou sempre reservará algo para si. E quando você guarda algo pra si mesmo, como consequência, não consegue ser todo de ninguém.

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