São José de Anchieta, educador e apóstolo do Brasil
- Robson Oliveira

- 6 de jun. de 2019
- 3 min de leitura
Mais um texto luminoso do Pe. Matheus Pigozzo, da Arquidiocese de Niterói. Dessa vez é sobre educação e o papel que a evangelização teve na constituição dessa nação. Vale a pena ler e divulgar!
Com entusiasmo vi nas redes sociais o surgimento de uma movimentação em proclamar José de Anchieta, padre jesuíta e testemunha dos germes da civilização brasileira, patrono da Educação do Brasil. Se justiça é dar a cada um o que lhe é devido, parece não ser devido a ninguém mais que São Anchieta este título.
Acho que a dificuldade de aceitação da ideia da parte de alguns vem da forma mentis revolucionária, já incutida nas últimas gerações, de olhar a história a partir de umas décadas pra cá, esquecendo que não se chega a pintar uma parede sem antes ter cavado a terra, e virilmente estabelecido as sapatas da casa. Bastaríamos pegar a história para reivindicamos como um direito de verdade o Jesuíta ocupar esse lugar.
José de Anchieta não levantou uma bandeira de seu escritório, ele arriscou a vida pela educação em nosso país. Deixou sua terra e veio para o Brasil para, além de sua missão religiosa, educar na verdade a população das terras tupiniquins. Anchieta abrindo mão de qualquer comodidade se embrenhou em nossas matas e, com sua educação de veras libertadora, tirou os homens indígenas das suas superstições e algumas posturas irracionais, e isso tudo, sem danificar sua cultura genuína. José de Anchieta, com precisão cirúrgica, ajustou a cultura indígena à lei natural sem a substituir por outra coisa. Amou os que educava, compôs a Gramática Tupi e se fez um com os índios, se doando pela missão de ensinar.
Anchieta fundou colégios, atendia tanto os filhos de fidalgos como os mais pobres índios, sendo um exemplo de que a educação não deve ser só do rico nem só do pobre, mas de todos, pois o homem, todos eles e não só uma parte, foi feito para a verdade. Longe de mentiras utópicas da atual educação construtivista, bonitinha, mas não eficaz, o Santo jesuíta, se portava como um autêntico magister, mestre, professor – alguém que busca e retém um conteúdo e transmite o mesmo como luz para os a-luminos, alunos, para fazer da escuridão da ignorância, luz de verdade que impulsiona o homem a atingir todas suas potencialidades.
Ser patrono é ser exemplo de defensor de uma causa e ser protetor de um grupo de pessoas. A civilização Brasileira foi alicerçada no esforço de muitos homens que deram o sangue por sua gênesis. Anchieta enfrentou a mata, o calor, a hostilidade para morar com os indígenas, para conhecer sua língua, vivenciar sua cultura e transmitir o bem. O pedagogo é aquele que serve aos demais tomando-os pela mão, conduzindo as pessoas para um local melhor e seguro. O grande José de Anchieta fez com que muitos passassem da antropofagia para a caridade fraterna; da selvageria para socialização; da imoralidade para o bem. Ajudou com que nossa terra tivesse história, uma arte, uma literatura. Anchieta foi um condutor do Brasil, o ensinou que ele é gigante pela própria natureza e que se ele se abrir à ordem, que vem pela verdade da arte da educação, poderá ter progresso.
A ideologia tem cegado nosso país, temos elegido nossos heróis não por sua força e virtude, mas pelo discurso politicamente correto produzido por certo grupo de poder. Espero que a sociedade coloque em evidência quem de fato suou para a construir e não continue incensando personalidades produzidas por um discurso vazio e interesseiro.
São José de Anchieta, educador e apóstolo do Brasil, rogai por nós.
Pe. Matheus de Barros Pigozzo Arquidiocese de Niterói









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