Reabilitar o conceito de autoridade
- Robson Oliveira
- 14 de abr. de 2018
- 2 min de leitura
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Reabilitar o conceito de autoridade
É inútil ir à batalha, quando não se sabe quem é o inimigo. Quem assim age assemelha-se a crianças que fecham os olhos e desferem murros contra o vento no pátio da escola. São esses que dão o sentido correto ao adjetivo “quixotesco”. Mas esse dado de experiência pode ser descrito de um modo menos literário. Pode-se dizer que ignorar as raízes dos males atuais enquanto se põe a lutar é tarefa vã e até perigosa, pois quem não conhece as causas, dizia Aristóteles, não conhece verdadeiramente. E quem se coloca nessa situação fica à mercê da sorte ou do acaso. Assim, no caso concreto do Brasil, pelo desconhecimento do mal que ameaça o país, tanto mais distante se está de solucionar seus problemas quanto mais se ignora a causa de suas mazelas. Parece, porém, que vem de Hans-Georg Gadamer uma importante luz sobre o problema que se nos abate.
Em sua obra magna, Verdade e Método, Gadamer afirma que as sombras atuais sobre o conceito de autoridade advêm do período moderno. E ele parece ter razão. René Descartes inaugura esse movimento de suspeita ao declarar guerra às “antigas opiniões”, confiando tão somente no seu próprio julgamento. Mesmo que apenas metodologicamente, a sombra sobre o papel verossímil da autoridade dos antigos foi lançada. Immanuel Kant continua essa tradição com o seu já célebre “ouse saber – sapere aude”, que é um elogio à autonomia epistêmica contra dogmatismos infantis. Por fim, pode-se dizer que Georg Hegel continua essa corrente de pensamento ao objetivar o Espírito Absoluto como superação e fim da história, negando importância a qualquer autoridade, pois esta sempre estaria contraposta a uma sua antítese, a ser inexoravelmente superada por outra síntese, até o fim da história. Assim, Gadamer parece ter razão em afirmar que a noção de autoridade vem perdendo importância desde a modernidade. E esse desenraizamento é ruim para qualquer nação.

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