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Prova de Fogo (Fireproof)

Prova de Fogo[1]

(Diretor: Alex Kendrick [2])

Reprodução


Sinopse: Um bombeiro e sua esposa passam por uma crise em seu matrimônio. O divórcio apresenta-se como possibilidade real. Como são cristãos, essa ideia faz muito mal aos dois. É então que a ajuda de um membro da família dá um rumo novo à crise. Caleb Holt (Kirk Cameron) é um bombeiro que passa por muitos maus relacionamentos familiares, com sua mãe e sua esposa, ao mesmo tempo em que é reconhecido por toda cidade onde ele habita como um profissional exemplar e, acima de tudo, um herói. O seu casamento, porém, não anda nada bem, e Caleb e sua esposa estão prestes a se separar. Entretanto, tudo muda quando Caleb recebe um desafio. Os sempre importantes temas do amor e da liberdade são abordados pelo diretor Alex Kendrick, que oferece a resposta para os inúmeros desafios que o amor impõe a aqueles que pretendem enveredar-se por esse caminho.

Muitas vezes, quando os matrimônios estão sangrando, vem dos mais próximos a ajuda necessária para superar as dificuldades. Nesse filme, de viés claramente protestante, a solução vem de um membro da família, que auxilia o bombeiro, Caleb, a superar a tentação de abandonar seu matrimônio quando as dificuldades ultrapassam o limite do tolerável. Mas a solução não vem de boas intenções ou promessas vazias. Aliás, as boas soluções nunca vêm apenas das boas intenções. A superação da crise está na mudança de atitude do que foi ofendido, do que foi abandonado. Mas não é que quaisquer de suas ações consigam mudar a direção do matrimônio, a mudança ocorre quando para de tentar mudar por suas forças. Assim também ocorre com os casais que passam por tempestades semelhantes: é preciso fazer algo! Mesmo que a culpa aparentemente não seja sua. E, na perspectiva do diretor, fazer algo significa deixar que um Outro faça por nós.

Reprodução


Não se pode perder a fé em Deus, mas não se pode negligenciar igualmente o bom trato com o cônjuge, a vida familiar saudável, a defesa dos valores humanos mais fundamentais. O dia a dia da família pode corroer o amor do casal, com deveres, atividades e trabalho. A retomada do matrimônio passa por uma transformação enorme na vida de todos os membros da família, mas começa a ter resultado quando o protagonista do filme escolhe não desistir de sua família. Em tempos de sociedade líquida, em tempos sem rigidez e permanência, uma obra cinematográfica que valorize a estabilidade dos relacionamentos é rara. E muito embora o diretor resvale para um sentimentalismo marcadamente voluntarista, o principal é preservado: o matrimônio entre homem e mulher vale mais que quaisquer desvarios ou aventuras.

Reflexão Filosófica: A obra cinematográfica tem um cheiro bastante kierkegaardiano. À medida que a narrativa vai se desenvolvendo, e muito apesar dos esforços do protagonista de renovar a saúde do seu matrimônio, vai ficando claro que o homem, com suas pequenas mãos, não é capaz de renovar sozinho o amor a seu estado primeiro. Se não for a intervenção de um outro, um outro que em tudo supere a ação humana, não é possível o resgate da relação nem o retorno à saúde do relacionamento. Esse tipo de abordagem revela a influência (indireta?) do pensamento de Kierkegaard na obra de Kendrick. E o que ocorre com o matrimônio é arquétipo do que ocorre com a vida dos indivíduos.

A crise pela qual o matrimônio do protagonista passa é um símbolo de todo matrimônio e, no fundo, símbolo  da vida de todo homem: enquanto não se render a um princípio maior, que não pode ser por nós engendrado, não há redenção possível para o indivíduo. E mais: a crise do matrimônio é, na verdade, a crise do indivíduo. Portanto, só haverá a restauração para o relacionamento quando houver a restauração do indivíduo e essa acontece rendendo-se à fé, abandonando a esperança de transformação pelas próprias mãos.

Sugestão de Leitura: Os temas inspirados pelo filme tratam do matrimônio e das condições humanas para o bom relacionamento. Para além de todos os documentos que tratam do assunto, os livros abaixo também ajudam na preparação para o matrimônio:

  1. MOHANA, João. Não basta amar para ser feliz no casamento. São Paulo: Loyola, 1994.

  2. JOÃO PAULO II. Teologia do corpo: o amor humano no plano divino. São Paulo: Ecclesiae, 2014.

  3. WEST, Christopher. Teologia do corpo para principiantes: uma introdução básica à revolução sexual do papa João Paulo II. Prior Velho: Paulinas, 2009.

[1] Prova de Fogo (Fireproof) (2008) foi mal recebida pela crítica especializada.

[2] Alex Kendrick (1956) é um cineasta norte-americano, famoso por tratar de assuntos relacionados à fé cristã. É responsável por diversas obras cuja temática gira sempre em torno de temas cristãos e humanos.

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