PME e a Cortina de Fumaça
- Robson Oliveira

- 25 de jul. de 2020
- 2 min de leitura
Dia 24 de junho foi a data limite para a aprovação dos Planos Municipais de Educação (PME), nos municípios do país. É ponto pacífico entre especialistas e mesmo entre os cidadãos menos envolvidos com questões pedagógicas, que o calcanhar de Aquiles do Brasil é o imenso déficit educacional. O verdadeiro gargalo que impede o crescimento e desenvolvimento da nação, tornando-a definitivamente membro relevante da política internacional e trazendo benefícios reais de duradouros a seus cidadãos é o gargalo educativo.
Os níveis crescentes de analfabetismo funcional e a gigantesca falta de mão de obra especializada no mercado de trabalho dão prova de que os propagandeados dados de aumento da educação fundamental pelos órgãos responsáveis apoiam-se em anos e anos de aprovação automática, que falsificam a análise do nosso real estado. Por esse motivo, a discussão sobre uma estratégia educacional que durará uma década, pelos municípios brasileiros, deveria ser objeto de esforço coletivo para transformar o perfil da escola, do professor e do aluno. Ao contrário disso, o governo federal, por meio de uma estratégia ilegal que teve sede no Ministério da Educação e Cultura, quis impor às escolas brasileiras o ensino de Ideologia de Gênero.
Violando o texto-base do Plano Nacional de Educação (PNE), em manobra francamente autoritária e ilegal de um órgão executivo, os PME’s foram enviados aos municípios do país contendo a imposição do ensino de Ideologia de Gênero, objeto que foi retirado do PNE pelos representantes do povo no Congresso Nacional. E assim, ao invés de se discutir um plano de carreira claro e robusto para os profissionais dedicados ao ensino, o governo federal joga areia nos olhos das famílias e dos professores com o tema do gênero.
Ao invés de tratar do salário dos professores e servidores de escolas e universidades brasileiras, muito abaixo da média salarial não só de países desenvolvidos, mas mesmo de nosso vizinho Chile, o MEC quer impor o tema do gênero, desviando a atenção do que interessa, que é o investimento maciço em educação.
Antes de reformar as escolas brasileiras, que em sua maioria não tem banheiros higienizados, carteiras e materiais didáticos decentes para o aluno e professores ou segurança para os profissionais, o governo federal usa uma estratégia anti-republicana para não discutir esses assuntos, impondo a agenda de gênero, e calando o que realmente importa para a transformação do país.
Como fumaça nos olhos dos cidadãos brasileiros, esquece-se da falta de professores de matemática, física e química nas escolas públicas com a discussão de um tema que não tem apelo popular nem necessidade real para a transformação da educação do país.
As Câmaras Municipais do país rejeitaram maciçamente a introdução ilegal da Ideologia de Gênero em seu Plano de Educação. Os vereadores do país não foram subservientes à agenda do governo federal mas ouvintes dos clamores da maioria da população brasileira, representada legitamente pelos deputados em Brasília. Mas de qualquer forma, esse episódio deixou um saldo negativo: o país perdeu mais uma oportunidade de fazer avançar um projeto de desenvolvimento humano e cultural organizado. A nação educadora ficou para outra oportunidade. E graças ao governo federal, que não se importa com educação, mas com manter-se no poder, o país do futuro vai esperar mais uma década para nascer.









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