O Calcanhar de Aquiles
- Robson Oliveira
- 4 de abr. de 2019
- 2 min de leitura
Comecei a colaborar com o site de apostolado Portal Católico. Essa é mais uma iniciativa do laicato católico brasileiro. Com muita honra aceitei o convite para compartilhar um pouco do que estudo com a audiência do site. Por favor, leiam, compartilhem, curtam e ajudem a divulgar mais essa iniciativa de evangelização e de transformação das pessoas pelas redes sociais.
O Calcanhar de Aquiles
Há mais de 15 anos trabalho com a formação de sacerdotes no meu estado. Com uma alegria imensa, colaboro diariamente para a renovação espiritual e moral dos homens e mulheres, meus irmãos, no estado do Rio de Janeiro e posso testemunhar que a formação desses rapazes é realmente muito boa. São, no mínimo, 9 anos de desenvolvimento humano e espiritual, estudando a história da Igreja, dos santos que nos precederam, estudando as correntes de pensamento, atuais e do passado, discutindo, debatendo e aprendendo com os que vieram antes de nós, a fim de transformarem o mundo a sua volta. O resultado é que temos no Estado do Rio de Janeiro um clero enorme, muito bom, comunidades cristãs vivas e atuantes e um seminário com mais de 100 candidatos.
Nenhum segredo: quando se investe tempo e recursos, a qualidade e a quantidade das vocações melhora.
Mas o que eu sempre me perguntei foi o seguinte: por que a formação para o matrimônio católico não se assemelha à formação para o sacerdócio católico? Se matrimônio e sacerdócio são sacramentos de serviço, se ambos foram criados para servirem a Igreja e à Boa Nova de Jesus, por que os casais católicos não se lançam num processo formativo, ainda que não idêntico, ao menos semelhante a dos sacerdotes? Rascunhei uma resposta, a partir dos mais de 20 anos de estudo e atendimento de casais de namorados, noivos e recém-casados: tenho a impressão de que muitos dos que se dão em casamento não acreditam que o matrimônio é uma vocação de Deus para as próprias vidas, a maioria dos candidatos ao matrimônio não acredita que a vida familiar é algo que Deus queira desde sempre para eles. É por esse motivo que a formação para o matrimônio é o calcanhar de Aquiles, o ponto fraco, na formação dos cristãos católicos no Brasil.
Em nossas paróquias, nos grupos de oração, no contato de orientação para os namorados e noivos, é muito comum ouvir o jovem dizer: “ah, eu não fui chamado ao sacerdócio. Então, me resta o casamento”. Ou pior (e essa eu ouvi em um ambiente de formação de um formador altamente gabaritado): “o matrimônio foi dado aqueles que não conseguem ser castos no sacerdócio”. Por detrás dessas posturas está um equívoco comum: de que o matrimônio é um un-geist (não-espírito). Na cabeça dessas pessoas, a vocação religiosa e sacerdotal seriam um chamado do Espírito (Geist) a uma vida mais santa, um chamado de Deus a uma vida de perfeição e santidade. O matrimônio, pelo contrário, seria um não-espírito, um não-chamado, ou um chamado a uma vida medíocre, simplesinha, morna, uma vida imperfeita. Eis a semente do futuro divórcio!
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