Na saúde e na doença
- Robson Oliveira
- 16 de mai. de 2019
- 2 min de leitura
Os jovens namorados, noivos e recém-casados não sabem, mas um dos maiores desafios dos matrimônios se esconde sob a sombra das doenças que assolam as famílias. Os que se dão em matrimônio precisam ter claro que o seguimento de Jesus, a obediência a Deus por meio da Igreja, o esforço de alcançar a santidade não se torna um salvo conduto contra doenças, mesmo graves. A busca pela perfeição e o esforço por seguir o Evangelho não protegem família alguma das intempéries comuns a todos os outros homens.
O pior dia da minha vida foi quando, numa quarta-feira, uma amiga médica me anunciou o risco de perder minha esposa, em razão de complicações na gravidez de um de nossos filhos. Lembro que fiquei sem chão, diante da mera possibilidade de ver-me pai de 2 crianças sem o apoio da esposa. Mas e se ela permanecesse mais tempo doente? Se ela ficasse mais tempo no CTI? Se ela desenvolvesse uma doença crônica? Se se tornasse para sempre detentora de uma limitação motora qualquer?
Muitas famílias passam pelo desafio da doença: uma filha com dependência química, a esposa com alguma doença incurável, um filho com uma limitação grave, o esposo com problemas de ansiedade. Nessas horas é sempre bom lembrar: a promessa de fidelidade, feita a Deus tendo um clérigo como testemunha qualificada, é para a saúde e para a doença.
O homem é o único animal capaz de comprometer-se no futuro. O único capaz de empenhar toda sua vida em favor de valores e projetos. Ao prometer livremente viver o matrimônio, na saúde e na doença, o ser humano faz algo absolutamente novo, algo que só ele pode fazer em todo o universo: compromete todo o seu coração, todo o seu ser para outra pessoa. Por isso, aos casais que sofrem sob as diversas tribulações cotidianas, importa lembrar e relembrar: a promessa do Evangelho não se limita a estranhos. O “estive doente e me visitaste”, se aplicado a esposo e esposa, revela um campo de batalha sem limites, onde podemos acolher e abraçar os doentes que infestam as enfermarias de nossas casas.

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