Joseph Ratzinger – Graça e Liberdade
- Robson Oliveira
- 21 de ago. de 2018
- 1 min de leitura
Atualizado: 30 de jan. de 2024
Graça e Liberdade
Joseph Ratzinger
Comentando o texto da anunciação do nascimento de Jesus aos pastores pelos anjos: “A questão sobre a relação entre a graça de Deus e a liberdade humana. Aqui são possíveis duas posições extremas: num extremo, temos a ideia da exclusividade absoluta da ação de Deus, de modo que tudo depende da sua predestinação; no outro extremo, entretanto, aparece uma posição moralizante, segundo a qual, no final das contas, tudo é decidido por meio da boa vontade do homem. A tradução anterior, que falava dos homens ‘de boa vontade’, podia ser mal interpretada nesse sentido; a nova tradução pode ser mal interpretada no sentido oposto, como se tudo dependesse unicamente da predestinação de Deus.
Todo o testemunho da Sagrada Escritura não deixa nenhuma dúvida sobre o fato de que nem uma nem outra dessas posições extremas é correta. Graça e liberdade compenetram-se mutuamente, e não podemos encontrar fórmulas claras para exprimir o seu operar uma na outra. A verdade é que não poderíamos amar se primeiro não fôssemos amados por Deus; a graça de Deus sempre nos precede, abraça e sustenta. Mas é verdade também que o homem é chamado a tomar parte nesse amor; ele não é um simples instrumento, sem vontade própria, da onipotência de Deus: pode amar em comunhão com o amor de Deus, como pode também recusar esse amor”.
Fonte: RATZINGER, Joseph. A infância de Jesus. São Paulo: Planeta, 2012, p. 66-67.
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