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Jerusalém nos precede…

Eis um dado que a Sagrada Escritura não nos deixa esquecer: Jerusalém nos precede. Quase como um aviso perpétuo, a Palavra de Deus reiteradamente adverte-nos que não pelo próprio merecimento, mas pela Vontade de Deus,  um lugar nos foi preparado: Jerusalém Celeste. A promessa de Deus ao homem não é fruto direto de suas habilidades, nem de seu esforço, nem de sua boa vontade em praticar o bem. O pelagianismo não encontra lugar no cristianismo. Imaginar que a salvação decorre necessariamente de nossa vida moral ou de nosso esforço por auto-aperfeiçoamento é desconhecer o cerne da novidade cristã: um Outro me salva! Jesus é quem salva o homem, não o legalismo ingênuo, que coloca sobre si a responsabilidade pela própria felicidade e autorrealização humana. Dizendo de um modo mais filosófico: ao imperfeito é simplesmente impossível alçar-se à altura do Perfeito. Portanto, por mais esforçado e desejoso de fazer o bem, por mais sério e comprometido com o Evangelho, nenhum homem consegue tornar-se digno da Vida Perfeita por meio das próprias forças.

E por isso o salmista canta com enorme beleza, no Salmo 121 (122), a precedência de Jerusalém em relação aos homens. E fica extasiado com a notícia que iria à Casa do Senhor:

–1 Que alegria quando ouvi que me disseram: Vamos à casa do Senhor!

Veja que a Casa do Senhor já está pronta e aguarda a visita do salmista. O lugar de sabedoria e felicidade já fora, antes, preparado por Deus aos homens como um dom, como um presente, como um regalo. Mas não se pense que o salmista é obrigado a ir à Casa do Senhor. Tampouco de pense que o salmista será levado, a contragosto e esperneando, à Jerusalém Celeste. Veja bem: ainda que o salmista não crie a Eternidade com suas ações, ainda que não produza o Céu com suas boas obras, ainda que Jerusalém Celeste seja um presente e uma benesse imerecida de Deus aos homens, o salmista poderia simplesmente não aceitar o convite. Ele poderia até entristecer-se por ir à Casa do Senhor. E esse dado é importante!

Jerusalém precede o homem, sim. Decerto, Deus é a causa primeira e última da recompensa do homem. Mas o homem precisa aceitar o convite e deixar-se levar à Casa do Senhor. A liberdade humana é um dogma antropológico indevassável e é nesse contexto que se inscreve a luta moral. Não que o cristão construa o Céu com suas mãos, mas a batalha moral de cada dia é uma prova que o convite à Casa do Senhor é recebido com alegria, não com pesar. Saber que foi convidado à Vida Divina devia fazer transparecer felicidade nos olhos desejosos, nas mãos calejadas, nos joelhos esfolados do salmista, que trabalha dia e noite para esse feliz encontro. A notícia da peregrinação à Casa do Senhor deve encontrar uma resposta no coração do peregrino: alegria! Alegria de quem não vê a hora de estar na presença do amigo, daquele que alegra a sua alma; alegria do que foi convidado à vida íntima do seu Grande Amor, sem merecimentos quaisquer.

Ah, Senhor, eis que me ponho de pé prontamente! Anseio estar, em breve, às Portas de Jerusalém, às portas da Casa do Senhor.

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