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Fogo Amigo – Preservativo e Consistório

Alguns vaticanistas têm insistido no desafio que o Papa Bento XVI tem enfrentado para governar os cristãos católicos pelo mundo. E o ponto curioso é o seguinte: mais que os críticos externos, os maiores empecilhos e dificuldades nascem de dentro dos muros vaticanos. Não é dos ateus ou de outras denominações cristãs que vêm as maiores traições ou ataques. Nascem de dentro da própria Igreja as piores armadilhas, as mais insinuantes provocações. Os brasileiros vimos exemplos deste tipo de atitude muito recentemente, com a censura incompreensível da CNBB ao texto do Regional Sul na página oficial da conferência; com os abaixo-assinados de bispos e padres contrários à indicação do Santo Padre sobre a interferência lícita dos bispos em política e, também, com a crítica direta de D. Demétrio a D. Luiz Gonzaga. Neste fim de semana ocorreu mais um capítulo do fogo amigo que grassa o Vaticano, segundo o vaticanista italiano Andrea Tornielli.

No sábado, Bento XVI elevou 24 bispos ao cardinalato. Na cerimônia, ele realizou mais uma de suas intervenções memoráveis, recordando a dignidade do serviço que presta o Cardeal à Igreja:

O primeiro serviço do Sucessor de Pedro é o da fé. No Novo Testamento, Pedro se torna “pedra” da Igreja enquanto portador do Credo: o “nós” da Igreja se inicia com o nome daquele que professou por primeiro a fé em Cristo, se inicia com a sua fé. Uma fé inicialmente imatura e ainda “por demais humana”, mas depois, após a Páscoa, madura e capaz de seguir Cristo até a doação de si; madura no crer que Jesus é verdadeiramente o Rei; que o é justamente porque enfrentou a Cruz, e desse modo deu a vida pelos pecadores.

O serviço a que os novos cardeias são chamados passa, necessariamente, por um mistério. Como o Cristo Pantocrator, lembrado na homilia pelo Papa, o Governo Universal do Verbo é exercido através do mistério incompreensível da Cruz. A dor dos homens, o sofrimento da sociedade, as calúnias que recaem sobre a Igreja e seus membros não são outra coisa senão etapas do Governo de Deus sobre o mundo. Em uma frase espetacular o Papa Bento XVI adverte os cardeais:

Renuncia querer salvar Jesus da Cruz e aceita ser salvo pela sua Cruz.

É como se o Papa dissesse aos seus irmãos no episcopado que, ao homem tomado pela dor, não se pode negar o serviço do anúncio: a dor é salvadora! A tentação contemporânea do paraíso na terra deve ser combatida pelos novos cardeais. Jesus que está no pobre, na sociedade, nos injustiçados em geral não precisa ser salvo da Cruz, mas deixar-se salvar pela Cruz.

Pois bem, este anúncio espetacular do Evangelho, verdade antiga e sempre nova, foi esmaecido – senão totalmente esquecido – em favor uma polêmica provocada pelo Observatório Romano, que publicou partes controversas do livro Luz do Mundo, que será lançado amanhã pela editora Livraria Editora Vaticana (LEV). É de se notar que a LEV, nos seus artigos de divulgação do livro, não fez menção a esse ponto delicado do livro. A pergunta é: por que o jornal oficial do Vaticano destacou páginas controversas do livro justamente em dia tão importante para a Igreja? Não se poderia esperar um dia a mais para a publicação de uma manchete, mesmo que por boas intenções? Afinal, o Observatório Romano não é um jornal como os outros e não tem o objetivo primordial de dar manchetes ou furos jornalísticos.

Leia o comentário à homilia do Papa aqui.

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