top of page

Elogio às Famílias Numerosas – por Pe. Matheus Pigozzo

O Pe. Matheus Pigozzo faz um necessário elogio às famílias numerosas nesse texto. Ele, como é de seu feitio, vai até a raiz do problema e chama pecado de pecado, não doura a pílula. E em muitos casos, o que está por detrás de uma família moderna é o mais puro egoísmo. Não significa, como já dissemos outra vez, que famílias numerosas são necessariamente mais generosas. Mas também não se caia na tentação de etiquetar de irresponsáveis os mais numerosos, seguindo caprinamente os dogmas da mídia e das telenovelas.

Elogio às Famílias Numerosas

Pode parecer estranho o título deste artigo, imagino que o espanto venha por não conhecermos famílias numerosas e muito menos um elogio a elas. Somos de uma geração já doutrinada por diversas ideologias confluentes que ensinam, como numa equação matemática, que o resultado de família + muitos filhos é = a irresponsabilidade, falta de informação e outras coisas nessa linha.

Quando comecei a refletir melhor sobre as coisas da vida, de forma paulatina, fui me perguntando o porquê de haver casais católicos que, com bom nível de informação, responsáveis e, diferente de como caçoa a sociedade, tendo TV em casa, faziam opção por ter uma prole numerosa. Fui concluindo que, provavelmente, a resposta seria a mesma que explica a pobreza de São Francisco, a audácia de Santa Tereza D´Ávila ou a doação incansável de Madre Tereza de Calcutá: amor a Deus.

Veja, não se trata aqui de medir a santidade de alguém pelo número de óvulos fecundados. Por sinal, conheço um punhado de casais que, sem poder biologicamente gerar, ou tendo motivos justos, possuem uma prole pequena e são cristãos excelentes, tão obedientes a Deus quanto os que têm muitos filhos. Poderia eu aqui falar dos benefícios e do valor de ter irmãos; da missão principal dos casados diante de Deus; também das implicações morais de se abrir ou se fechar à vida, ou, ainda, da necessidade de avaliar responsavelmente, optando pelos ritmos naturais quando necessário; da possibilidade de vinda de mais um filho… No entanto, não se trata de ser o caso, pois este artigo, na verdade, é um elogio.

Há um tempo, em uma alocução às famílias, o Papa Pio XII disse que “as famílias numerosas são os ramalhetes mais belos do jardim da Igreja”. Eu fiquei pensando nos ataques, deboches e desrespeito que as famílias numerosas recebem e deduzi que o grau de miopia de nosso mundo aumentou consideravelmente.

Para um cristão, o seu caminho de santidade é se assemelhar a Cristo, é seguir seus passos, é ter a mesma adesão de Maria, dos Apóstolos, dos santos ao chamado dEle. Como é belo e intrigante ler nos Evangelhos a atitude dos homens na barca que avistaram Jesus e confiantes deixaram seu sustento, seu modo de viver, suas seguranças e seguiram o mestre, e hoje ver nos casais, de modo semelhante, a decisão de deixarem sua fecundidade nas mãos do mesmo Senhor. Ou ler nas páginas sagradas a entrega de Maria a Deus sobre o que iriam pensar, como iria sobreviver e conduzir a gravidez quando recebeu o anúncio do anjo, e ver casais que recebem a notícia de uma quarta gestação e, com alegria, confiam e enfrentam o mundo. Ainda é impressionante ver nesses casais a fortaleza dos mártires que, por amor à fé, morrem para si a fim de se darem a Deus e ao próximo, tomando em seus ombros o desgaste da educação e criação dos filhos.

Ao invés de críticas, meus caros, eles deveriam ouvir nossos elogios e, ao contrário da perseguição, mereciam nossa reverência por nos ensinarem que a vida humana é dom especial e deve ser recebida com amor; por nos mostrarem que a fidelidade a Deus deve estar acima de nossas conveniências; por nos indicarem que é parte integrante do evangelho tomar com afeto a cruz, sabendo que depois virá a ressurreição. O que nos consola é que nosso Senhor diz que os bem-aventurados são os perseguidos, caluniados, aflitos, pois deles é o Reino dos céus.

Deveríamos agradecê-los por fazerem a opção de viver com mais simplicidade para dar mais filhos à Igreja; por preferirem sofrer preconceitos a pensar que estariam sendo egoístas frente o pedido de Deus; por darem a beleza física, noites de sono e descanso em troca da vida! O amor é escolher ser “para”, sair de si, dar-se. Nas famílias cristãs numerosas, feitas de homens de carne e osso, vemos a luta e um propício ambiente para a vivência desse amor; amor que escolhe a verdade antes do aplauso, a fé e não os frios cálculos, a vida e não a morte.

Sabe, acho que é por isso que eles são os ramalhetes mais belos, pois o amor dá cores mais bonitas a tudo. Não sei se por inveja ou orgulho é que eles são alvos de críticas. A generosidade que trazem ao carregarem suas crianças questiona nosso egoísmo; a confiança dos passos que dão desmascara nossa falta de fé; o sorriso no seu cansaço denuncia o quanto nos falta conversão.

Meu caro leitor, apesar de ser um testemunho que questiona a todos nós, se eu encontrasse com um desses casais generosos hoje diria a eles: “Coragem, a humanidade precisa da lição de vocês, vocês são uma profecia para o mundo!”. Pois bem, para uns são coelhos, para outros são loucos, mas agradeçamos a Deus por serem, de fato, uma atraente beleza no jardim da Igreja.

Pe. Matheus de Barros Pigozzo (Niterói-RJ)

コメント


Entre no grupo

do Telegram!

Nunca perca uma aula!

Obrigado por inscrever-se!

Professor Robson Oliveira
CNPJ: 43.156.063/0001-44. 

Rua Dr. Sardinha, 194,

Santa Rosa, Niterói-RJ

task@robsonoliveira.pro.br

Alguma questão?

Obrigado por enviar!

Todos os direitos reservados © 2023

bottom of page