Curioso
- Robson Oliveira

- 5 de nov. de 2018
- 1 min de leitura
Não é curioso que o movimento de renovação espiritual da juventude carioca seja tão cioso em praticar a correção fraterna (obra de misericórdia) ao mesmo tempo em que nem sequer se fala de ter paciência com os erros alheios (obra de misericórdia)?
Assim, de longe, até parece que se escolhe o que se pretende e o que não se pretende praticar e acreditar. Uma renovação que comece assim terá vida curta.
Corrigir o irmão é dever de caridade, seguindo a ordem e respeitando a oportunidade e o momento para a ação. Contudo, não se pode esquecer que é igualmente meritório sofrer os erros alheios, especialmente se não há remédio contra eles. Constitui mesmo uma verdadeira mortificação (passiva, diz o manual) suportar os erros desses que nos cercam mais proximamente.
Mas alguém poderá dizer: não é negligência não corrigir o próximo? Depende. Se o próximo é seu cônjuge, é preciso dizer que sim. Mas se o próximo é um paroquiano qualquer, alguém sem qualquer vínculo, aí o dever não é primariamente seu. Há uma ordem na correção fraterna. Não se use desse dever espiritual para autoproclamar-se juiz do seu irmão nem martelo do mundo.
Deus quer precisar dos homens para transformar o mundo, mas a transformação do mundo não virá da ação dos homens. A obra de salvação da humanidade é eminentemente divina, não depende necessariamente de nós.
Remédio contra a insegurança gerada por essa reflexão é lembrar da Paternidade Divina: um pai não dá pedra ao filho que pede ovo. Ora, Deus não desamparará quem a Ele se aprochegar. Ele nos cerca de carinho e proteção.









Comentários