Cristianismo: Luz do mundo
- Robson Oliveira

- 23 de mar. de 2019
- 2 min de leitura
Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas! (Mt 6,23)
Um dos grandes desafios da atual relação entre Igreja e sociedade resume-se em duas palavras latinas: lumen aut speculum. O cristianismo do novo milênio deve decidir-se por essas duas opções: ou ser luz para o mundo ou ser espelho do mundo. Admito que é grande a tentação de acomodação. É muito tentador procurar a aceitação confortável da opinião pública e do sorriso largo da plateia. Afinal, quem não quer ser amado, quem não quer ser aceito, quem não gosta de tapinhas nas costas? Mas ser lumen gentium é a vocação da Igreja e de todo cristão, esse é o chamado do Evangelho a todos: Se teu olho estiver em mau estado, todo o teu corpo estará nas trevas. Se a luz que está em ti são trevas, quão espessas deverão ser as trevas! (Mt 6,23).
Ao resistir à tarefa de iluminar o mundo, os cristãos pretendem na verdade fugir do escândalo da cruz. Entre o desconforto de um ensinamento incômodo e pouco popular, escolhe-se esconder a lâmpada sob o alqueire. Prefere-se voltar o rosto para o conforto do espelho que não incomoda pois reproduz candidamente o status quo. Afinal, a reprodução não exige nada: nem criatividade, nem personalidade, nem convicções. E não são essas características algumas das mais raras em nossos tempos difíceis?
Quando as minhas atitudes não questionam o modus vivendi atual, quando não há diferença entre o Evangelho e minhas escolhas pessoais, é justo perguntar se há muito não abandonei a missão de ser luz dos povos para ser espelho dos povos que me rodeiam. Mas há um problema para os que temem apenas, como diria o poeta João Nogueira, o dia em que espelho vai se quebrar. O problema é que esse dia chegará e então nos encontraremos sozinhos, sem espelho, sem apoios, sem aplausos. Apenas nós e nossas consciências.










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