Correção fraterna: como tornar meu cônjuge uma pessoa melhor
- Robson Oliveira

- 30 de jun. de 2019
- 3 min de leitura
Quem ama corrige. A questão não é “se” se deve corrigir seu cônjuge. O problema é “como”. A vocação cristã é uma vocação difícil. Somos chamados à perfeição, à justiça, à luta contra o menor defeito. Ora, isso obviamente causa tensões entre o que Deus espera e o que nós podemos de fato fazer. E a vida matrimonial não torna a tarefa mais fácil.
Pelo contrário, no matrimônio, tais defeitos ficam muito patentes pois nossos cônjuges acabam por nos conhecer muito bem. E conhecendo-nos tão profundamente, descobrem nossas mais íntimas imperfeições, nossas vergonhas mais profundas, nossas fraquezas e incoerências mais recônditas. E aí vem a missão difícil: ajudar o seu cônjuge a reconhecer e superar essas falhas. Mas não há opção: quem ama, quer o bem do amado. E quem quer o bem do amado deve aceitar o ônus da correção fraterna: com amor, no tempo apropriado e na melhor forma, mas sem fugir de seu dever.
No entanto, o dever moral de corrigir o esposo e a esposa não deve acontecer com alegria nos olhos e muito menos com sorriso nos lábios. É com sofrimento que se corrige, não com gozo. A correção deve visar o bem do outro, não alguma vingança pessoal e mesquinha. A tarefa de ajudar o seu cônjuge não pode dar lugar à ira, ao recalque, à raiva. Por isso, a correção se faz de modo privado (se possível) e com lágrimas nos olhos, isto é, com verdadeiro sentimento de lástima, não com regozijo interior.
Por esses motivos, é importante aprender como ajudar o cônjuge a ser uma pessoa mais feliz, mais realizada, com menos defeitos. Como realizar tudo isso? A correção fraterna é um modo necessário de corrigir seu esposo, noivo ou namorado. É por meio da correção na caridade que o outro se abre para tornar-se alguém melhor. Aqui vão algumas dicas eficazes:
1. Antes de tudo, corrige-se o que é realmente um mal, não uma opinião. Não se faz correção do que é questão de gosto. E a distinção entre o que é um mal e o que é gosto é uma arte rara que costuma evitar grande parte das discussões inúteis e desgastantes do dia a dia.
2. Depois, a correção se faz sempre em privado. Em alguns casos pode ser necessário corrigir em público (quando o bem de outro está em jogo), mas é raríssimo que seja assim. Até hoje nunca estive numa situação em que tivesse de corrigir minha esposa imediatamente. Normalmente, a correção fraterna sempre pode ser feita em privado e com consternação, isto é, com o espírito penitencial.
3. Evite as palavras “sempre” e “nunca” pois normalmente são falsas ou imprecisas, e criam uma resistência desnecessária em quem está ouvindo. Começar a correção com generalizações rasas e inverídicas não costuma ter bons resultados.
4. Prefira falar de si e não da atitude do outro: “Olha, sei que não fez aquilo pra ofender, mas eu me senti…”. Esse tipo de abordagem diminui a resistência. Essa é uma dica realmente importante e precisa ser treinada.
Tenha certeza de que o bem do casal passa pelo esforço de tornar melhor os membros do matrimônio. Quando a correção é bem feita, o corrigido fica agradecido e a disposição para melhorar é realmente muito grande. Mas lembre-se de que não se corrige o cônjuge com sorriso nos lábios nem com dinamite entre dentes.









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