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As leis para o homem

A salvação não é construção de mãos humanas. Definitivamente, esse é o ponto de inflexão na história das religiões. Uma das novidades do cristianismo, em relação às religiões até então existentes, é a ideia de que a divindade não será alcançada pelo esforço próprio, pelas próprias ações morais. Assim, não é o cumprimento de tais ou tais normais morais que elevarão o cristão à altura de Deus Amor. Parece-me que esse é um dado que brota naturalmente do texto de Marcos 2, 27:

O sábado foi feito para o homem, e não o homem para o sábado.

O Sábado é a imagem da Lei de Moisés, que impediria que o homem trabalhasse no último dia da criação. Ao criticar Jesus e os apóstolos, os fariseus defendiam que o homem devia submeter-se absolutamente à Lei Mosaica. Ora, a mensagem de Jesus consignada no texto evangélico de Marcos tem um sentido muito claro: a lei foi feita para o homem, e não o homem para a lei. Não é o cumprimento das rubricas éticas ou morais que constitui o homem bom. Se não unido à Videira, ninguém pode fazer algo de bom.

Bento XVI relembra essa dado transformador do cristianismo: nem o legalismo, nem o escrúpulo podem trazer para si a plenitude a que o homem está destinado.

O moralista contente consigo mesmo deve aprender, do mesmo modo como o escrupuloso destruidor de si mesmo, que há perdão. Também a escrupulosidade é uma expressão da justificação de si mesmo e precisamente ela: não espera mais por Deus, não quer que seja verdade que é capaz de receber o perdão” – Fonte.

Ao pôr nas exigências éticas ou nas determinações morais o decisivo da vida cristã, o Evangelho se iguala a outras tentativas humanas de melhorias e aperfeiçoamentos pessoais. Tal postura esvazia a novidade do cristianismo de seu dado mais inovador: um Outro me salva. Sozinhos, por nossas próprias forças, nenhum de nós pode alcançar a perfeição necessária à vida beatífica. Esse não parece ser o elemento fundamental do texto de Marcos.

O Evangelho traz essa Boa Nova a nós, imperfeitos: as regras e princípios morais não são o fundamental da novidade cristã. Os moralismos, estoicismos, pelagianismos e todas as doutrinas que fazem do homem o elemento decisivo para a salvação não têm a última palavra para o cristão. Há algo que antecede – sem desconsiderar ou contrapor-se – as exigências morais. A vida moral, a busca das virtudes, deve ocorrer não como moeda de troca, mas como prova de agradecimento por tamanho dom recebido.

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