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Amor e vertigem

Há dois tipos de pessoas: a que chega e envenena tudo o que toca com sua língua ferina e maledicente e a que purifica tudo com seu olhar de misericórdia. Para os primeiros, nem os mais bem intencionados resistem a sua maldade; aos segundos, mesmo os criminosos mais encardidos são abraçados com um “seria pior se fosse eu…”. Pode parecer um pouco boboca a segunda postura, mas eu prefiro ser o boboca da turma que o maledicente.

Os lares precisam ter mais pessoas do segundo tipo e menos do primeiro. Precisamos de mais pessoas com empatia (termo fenomenológico consagrado por Edith Stein). É preciso fazer o exercício de colocar-se no lugar do outro. É preciso alegrar-se com os sucessos dos outros e sofrer com as dores do outro. A filosofia clássica chama isso de misericórdia, que é o sentimento de compartilhar a tristeza ou a alegria alheias como se fossem próprias.

Perdemos a capacidade de nos aproximar tanto assim das pessoas. Perdemos a capacidade de nos colocar no lugar do outro. O ensimesmamento da sociedade está gerando uma geração de “umbigólatras”. Mas em nossas casas não pode ser assim. Se alguém está disposto a ser o porto seguro de outra pessoa, precisa permitir-se essa fragilidade perigosa. Amar é isso, é sentir um frio na barriga por não saber o que pode acontecer. É sentir um pouco sem chão, com certa vertigem. O amor nos leva a alturas. Cuide de estar com alguém que não vai lhe abandonar lá.

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