A soberba
- Robson Oliveira

- 26 de ago. de 2019
- 2 min de leitura
Diz Santo Afonso Maria de Ligório: não há vício que não tenha perdão, que não a soberba; nem virtude que seja suficiente, que não a humildade. Essa é uma excelência dica para o cotidiano das famílias.
De que adianta uma mulher econômica, um homem fidelíssimo, uma família generosa, se esta família se coloca acima de outras? Olhar outras famílias de cima, do Olimpo de suas próprias autoproclamadas virtudes, assemelha-se a atitude do fariseu da parábola: “obrigado porque não sou como aqueles…”. Há muito pouco de virtude nessa situação.
Do mesmo modo, alguém que olha o companheiro com o mesmo desdém, com desprezo pelas lutas alheias, fazendo pouco de suas batalhas ou menosprezando suas verdadeiras limitações, traz mais repulsa que simpatia, provoca mais rejeição que afeto, gera mais afastamento que aproximação.
É importante dedicar-se ao matrimônio, mas sempre com aquela advertência fixa: “nosso auxílio está no Nome do Senhor”, não nas minhas virtudes. Esse espírito já é suficiente para arrancar do coração do casal todo tipo de disputa e rivalidade. O lar não pode tornar-se um campo de batalha onde há de derramar-se o sangue de um inimigo.
Antes, quem serve ao outro sabe que tal serviço se baseia na maior dignidade daquele que é servido. E num relacionamento incrível, ambos precisam reconhecer a necessidade de lavar os pés do outro pois reconhecem-se menores. Não há trabalho demais, não há tarefa menor. Quem ama – quem ama de verdade – sente-se devedor do amado e o desejo de derramar-se pelo outro brota quase naturalmente.
Num relacionamento desse não há lugar para soberba. Nada é pequeno demais. Nada é irrelevante. Tudo pode ser transformado em prova de amor.









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