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A primavera da minha vida

Lembro-me de quando pisei pela primeira vez numa Igreja Católica com algum discernimento que diferenciasse um sacerdote de um pastor protestante. Tudo era novo! À medida que ia aprendendo – tive um catequista espetacular! – ficava me perguntando intimamente: o que fiz até agora que não descobri esse tesouro antes? Quanta dor teria poupado, a outros e a mim mesmo… Muito tempo perdido… E se há um bem preciosíssimo é o tempo! O tempo que não orei a Deus na minha infância jamais será recuperado; o tempo que não foi usado para agradecer os pais que tive foi desperdiçado; o tempo mal utilizado na adolescência pode, inclusive, ser causa de vergonha nos dias dos Juízos. Parte da primavera da minha juventude foi dilapidada buscando felicidade onde ela não estava. Como me consola ver tantos participantes na Jornada Mundial da Juventude! Tantos jovens mais espertos que eu – o que não é difícil, é verdade – que não caíram no canto da sereia do mundo moderno. Tantos jovens que gastam seu tempo amando o Único Necessário!

Jovens em Madri – Site da Jornada Mundial da Juventude – 2011


Não pude ir ao Panamá celebrar com o Papa Francisco o grande dom que é conhecer o Senhor Jesus e sua Igreja na juventude. Perdi – sim, perdi miseravelmente – anos preciosos dedicando-me a bens indignos do meu empenho, de minha dedicação, do meu vigor, do meu entusiasmo. Meu coração, ainda inquieto, apostava em objetos incapazes de preencher as lacunas tão profundas de meus desejos e de minhas esperanças… Invariavelmente, o resultado era mais tristeza e o sentimento amargo de imaginar que a felicidade não era para mim. Imaginar que estava destinado à infelicidade.

Como acalenta o espírito ver tantos jovens, na primavera da vida, escolhendo a melhor parte desse mundo, que o Senhor nos dá! Quanto agradecimento nasce do fato de termos podido ajudar – com uma doação, com a compra de uma prenda, com orações – algum jovem a romper a arrebentação que procura arrastar a juventude para uma vida medíocre, sem horizontes, sem esperanças, demasiado voltada para o próprio umbigo, sem um para-quê.

Minha primavera, é verdade, deixei em outros altares. No outono de minha vida, porém, ponho toda ela no Altar do Senhor. Do Senhor que recompensa tão bem os seus amigos, coloco o que restou: nada de entusiasmo, nada de força, nenhum vigor. Mas amor, ah, isso ainda posso oferecer. Da primavera sobraram marcas; cicatrizes. No outono e – Deus permita – no inverno apresentarei amor. Nem sabedoria, nem títulos, nem posses, nem reconhecimentos. Em tudo isso me conformo com o segundo lugar. Mas no amar, ah não, ninguém há de amar mais que eu no outono de minha vida.

A Jornada Mundial da Juventude tem poder análogo ao que era atribuído ao Rei Midas, na mitologia. Contudo, não transforma os que assistem as atividades de Madri em ouro; não faz com que suas vidas ganhem o brilho reluzente da fama ou do sucesso. A JMJ é ainda mais poderosa! Aos jovens dá-lhes esperança de que seus desejos de felicidade terão em Deus sua consumação; e aos mais velhos traz-nos de novo o entusiasmo da juventude, milagre que Midas jamais pôde fazer.


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